Prisão domiciliar de Jair Bolsonaro determinada por Alexandre de Moraes pode escalar tensões com os Estados Unidos. Ata do Copom diz que Banco Central acompanha os possíveis impactos das tarifas. Tesouro oferta pós-fixados. Embraer registra receita líquida acima do esperado e tem prejuízo no segundo trimestre ante estimativa de lucro. Itaú divulga balanço após fechamento. No exterior, bolsas estendem alta. Veja os destaques:

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Bolsonaro em prisão domiciliar

Jair Bolsonaro Photographer: Arthur Menescal/Bloomberg

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi colocado em prisão domiciliar pelo juiz Alexandre de Moraes, do STF, por supostamente violar a proibição de usar redes sociais, enquanto aguarda julgamento por suposta tentativa de golpe. A ordem de Moraes ocorreu um dia após apoiadores de Bolsonaro realizarem manifestações pelo país contra o juiz. Moraes disse que o ex-presidente violou as restrições durante os atos. Bolsonaro não compareceu pessoalmente, mas discursou para a multidão depois que seu filho, Flávio Bolsonaro, o colocou no viva-voz. Flávio também compartilhou um vídeo com as declarações nas redes sociais, mas depois o apagou. A defesa de Bolsonaro disse que ele não descumpriu qualquer medida e afirmou que vai apresentar recurso cabível.

Risco de escalada em tensão

O mercado reage à prisão domiciliar de Bolsonaro com dólar e juros futuros em alta. A medida gera risco de escalada da tensão entre o Brasil e os EUA. “A questão é mais como Trump vai reagir. Alguns riscos de reescalada aumentam”, segundo Alejandro Cuadrado, responsável pela estratégia global de câmbio e estrategista-chefe para América Latina do BBVA. A Casa Branca condenou medida e disse que os EUA “responsabilizarão todos aqueles que colaborarem ou facilitarem condutas sancionadas”. O economista-sênior da SMBC Nikko Securities, Yuta Maeda, considera que a decisão de Moraes reduziu ainda mais a possibilidade de acordo entre os presidentes Trump e Lula nas negociações comerciais. Além disso, Maeda considera que a visão de que o embate dará vantagem à esquerda nas próximas eleições também pode ter um efeito ligeiramente negativo nos ativos. Cuadrado, do BBVA, avalia que o impacto da prisão do ex-presidente no câmbio poderá ser revertido caso não se confirme uma reação dos EUA.

Gabriel Galípolo Photographer: Ton Molina/Bloomberg

O Banco Central “acompanha com atenção os possíveis impactos sobre a economia real e sobre os ativos financeiros” das tarifas dos EUA, disse a ata da reunião do Copom da semana passada, que manteve a Selic em 15%. Segundo o documento divulgado nesta manhã, a elevação por parte dos Estados Unidos das tarifas comerciais para o Brasil tem impactos setoriais relevantes e impactos agregados ainda incertos a depender de como se encaminharão os próximos passos da negociação e a percepção de risco inerente ao processo. “A avaliação predominante no Comitê é de que há maior incerteza no cenário externo e, consequentemente, o Copom deve preservar uma postura de cautela”, disse a ata. O BC ainda reiterou que vê o mercado de trabalho dinâmico e certa moderação na atividade. Os operadores do mercado de juros também acompanham nesta manhã o leilão de títulos pós-fixados do Tesouro - as NTN-Bs e LFTs.

Mercados externos

Os futuros das bolsas de Nova York e os índices de ações europeus têm altas leves na sequência do rali da véspera, alimentado pelas apostas em cortes de juros do Fed - que aumentaram depois do payroll fraco na última sexta-feira. O índice dólar tem primeira alta em três sessões e os rendimentos dos treasuries de 10 anos sobem. Os mercados aguardam o ISM serviços de julho nos EUA, às 11:00, e leilões do Tesouro americano. No mercado de commodities, o petróleo estende baixa enquanto os investidores monitoram as pressões do governo dos EUA contra a Índia, para que o país pare de comprar o produto russo. O minério de ferro tem terceira alta seguida em Singapura.

Embraer, Mercado Livre, Itaú

A Embraer registrou receita líquida de US$ 1,82 bilhão no segundo trimestre, alta de 22% ano a ano e acima da estimativa de US$ 1,78 bilhão, enquanto o prejuízo líquido ajustado foi de US$ 4,7 milhões ante projeção de lucro de US$ 67,8 milhões. As ações do Mercado Livre caíram após a companhia registrar lucro líquido de US$ 523 milhões no segundo trimestre, abaixo da estimativa de US$ 612 milhões. O Itaú divulga balanço após o fechamento e deve registrar aumento no lucro líquido, com seus negócios de seguros e gestão de ativos impulsionando a receita de tarifas, segundo analistas da XP.

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